Dualidade histórica da Educação profissional.
- Lauce Noriyo
- 24 de out. de 2018
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A estrutura educacional de educação básica dual com percursos formativos diferenciados entre os filhos das elites e os filhos das classes trabalhadora é um fato histórico que realça que a educação profissional assumiu durante o percurso histórico uma função que passou de assistencialismo á um instrumento de produção de mão de obra para o mercado de trabalho. Tal dualismo reflete uma luta histórica que se deu entre o trabalho e o capital. Aonde o segundo prevaleceu e ditou durante muitos anos os rumos da educação profissional. Seja essa imposição feita pela hegemonia industrial, seja pelas grandes empresas na era moderna. O estado como regulador se colocou a serviço desse domínio, inclusive na legitimação dessa situação através das inúmeras legislações que se sucederam e estas sempre estiveram retratando o poder das classes dominantes que asseguraram a manutenção de uma soberania que expressa uma desigualdade social absurda.
Você acredita que a Dualidade Educacional pode chegar a um fim? Para além disso, será que não temos hoje algumas propostas que se dizem integradas - e em tese rompe com a dualidade - mas que no fim das contas contribuem para potencializar as desigualdades sociais. A verdade é que a desigualdade é importante para o sistema do capital, por isso acredito que sempre terão propostas travestidas de progressistas, mas no fundo só reafirmam as desigualdades.
Não conseguimos fugir dessa dualidade histórica. Ao contrário, ela se aprofunda cada vez mais. O novo ensino médio, os novos BNCC, o "fim" de algumas disciplinas, o ataque às Universidades Pùblicas e o constante descrédito às disciplinas humanas apontam para o aumento dessa dualidade na escola brasileira.